quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

O desabafo da chama

Eu passei a noite em claro. Dormi por duas horas pela manhã já quente. Quase não tinha visão quando abri os olhos. Me assustei com a imagem projetada no espelho e quis voltar pra cama depois do xixi matinal. E eu voltei, mas permaneci por menos tempo do que desejava. Estava acabada. Em verdade, estou acabada. Minha cabeça me engoliu noite a dentro e lutou entre dores e desamores. Os olhos pesados de areia travavam um conflito intenso com a minha mente cansada e ainda sim, constante. Eu sei bem o que me consome. Só queri evitar o consumo excessivo, afinal, a conta é sempre muito cara. Não é que esteja pesando no meu bolso, tá pesando no corpo inteiro. No instante que levanto. Vez ou outra não tem ninguém pra acalmar o pranto. Foi como uma das noites de desventura que provei no instante que me deixou ou que eu quis te deixar sem sucesso por aquilo tudo. Quis falar rápido porque sempre perco o ar quando penso/falo sobre. Não falo muito com você disso, você se torna raiva e eu não consigo suportar tanto - por mim e por você. Me projetei então num colo alvo, de afago e cafuné pra ver se tranquilizava e fazia dormir. O tempo parou por um instante e logo voltou a lutar por sua existência na minha mente ou na minha concepção de tempo. Inclusive, corria noite a dentro e despistava o sono. Eu podia qualificar e quantificar os porques de um dia não bom, mas nem vou. Cada dia menos eu narro meus dias. Só faço insultos, não é? Fora um dia de incêndios, mas nenhum deles aqueceu a minha alma.


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