quarta-feira, 19 de novembro de 2014

Titubeando um filme

Não leia. Recorra ao trecho em negrito para saber o motivo da não leitura e vá embora. Eu não asseguro a leitura de tal texto. Intruso, é a sua última oportunidade de não ler, porque depois do ponto...




Meu bem, ontem foi o dia o qual eu mais percebi que não sou pra você. Talvez eu não seja nem pra mim. Eu nunca fingi ser o que você queria, ou talvez uma ou duas vezes para agradar. De resto, sou tudo aquilo que você não parece querer engolir. Sem tipificações. E por ter sempre sido eu, sem dar muito o braço a torcer no momento que eu achei que não o convinha, houve o que houve. Talvez, se eu tivesse me tipificado, ainda seríamos o nós de antes, sem os tantos nós que adquirimos e você teria se segurado, mas foi bom ter continuado sendo eu. 

Eu peço desculpas sempre e andei me culpando demais (na minha cabeça) por coisas que eu nem tenho culpa. Tenho mesmo é que me desculpar por isso. Me faço de forte. Odeio chorar em público. Digo que as coisas estão bem, mesmo quando não estão tão bem assim e quando meus olhos insistem em dizer o contrário. Eu tenho melhorado nisso até. Green promise.

Todas aquelas cenas de ontem me tocaram um pouco. Me senti um pouco como a garota exemplar, obviamente sem aquela patologia toda. Me senti anestesiada, chorei, continuei assistindo. Segurei a tua mão. Ri absurdamente dos absurdos. Continuei sentindo.

Compreendi parte do que aconteceu no final de agosto. Me senti vazia ou esvaziada. Ecoou em minha mente o que eu sempre lhe disse: "Talvez você seja mais feliz com um alguém mais parecido com você" e com a sua tipificação. Isso você nunca entendera, e nem eu entendia muito bem. Clareou com as falas de um diálogo, com um ato triplo e com um filme único.

Eu te vejo hoje infeliz, de certa forma por minha conta e não desejo que isso continue. Tenho medo de como você foge dos problemas, por evitar enfrentá-los e procurar quase sempre a forma mais fácil de passar por cima deles. Tenho medo de como você se diverte quando tem algum problema e como essa diversão tende a acabar. Me esquece. Surge com um "eu" diferente e faz o que deseja, impulso. Faz tudo ou um pouco do que eu desgosto, pelo que vi. Se torna, talvez, a pessoa a qual eu conheci Parece que essa é a sua essência e meu cheiro descombina do seu aí. Tem um bom papo, busca envolver as pessoas, torna o olhar mais incisivo (nunca fizestes isso comigo), fuma, bebe, usa coisas, alopra e centra atenções. O mesmo que sumiu uma vez e me decepcionou outra. Meu medo está nesse meio. O motivo d'eu perguntar quem é você. Já nem sei mais o que escrevo. O fato d'eu ter batido a cabeça forte deve ter ajudado.

Tenho medo de ações, de festas, do dormir fora, dos não avisos, de drogas, bebidas, do trabalho, do estresse, do compartilhar como me sinto com algumas posições suas. Tenho medo pelo antes. Não é que eu faça questão de lembrar. Eu só tenho medo.

Por mais que eu te ame muito, teu riso é solto sem mim e talvez se distanciar de mim seja melhor pra você. O vídeo que eu vi tempos atrás (um pouco depois de lhe ter conhecido) e que eu revi hoje, fala um pouco disso. De um guri que eu conheci e que parecia ser feliz. Mais do que agora. Como você me disse, você também tem medo de ser infeliz. Acho que o medo maior é de estar sendo infeliz e continuar sendo.  Sabe, talvez você se aproxime mais de você dessa forma e encontre tipificações que lhes satisfaçam.

Não sei se notastes a minha cara de espanto e em seguida a minha concordância contigo em frente a outrem. "Ela é seu calmante." É, acho que não mais. Teu gesto e expressão me disseram muito mais que a voz. Eu não soube como agir e meus neurônios-espelho se fizeram presentes. Apenas o imitei. Em seguida desejei não estar ali; sair pra chorar ou só ir embora. Engoli meu orgulho (novamente). Me senti engessada, como se eu te limitasse quando estou ao seu lado, principalmente de um ambiente ao qual eu tenho ciúmes, como você disse. Faça-me o favor. Quis sumir desse ambiente. Me senti mais vulnerável que nunca e nunca prendi tanto o choro.

Voltei àquele meu pensamento sobre você ter um insight que não gosta mais de mim. Acho que esse é mais provável de ocorrer do que o contrário. Ele me conforta mais que os sonhos ruins, ao menos. Estes insistem em me dizer que ocorreram mais coisas do que você teve coragem de me dizer. Combinamos ser sinceros um com o outro, sempre! Espero que sejam só sonhos ruins.

De todo, se você me deixar, só tenho medo do que vai acontecer com o amor que ficar, afinal, fora ele quem me fez ficar. O amor é uma pessoa.

Eu já não sei se lhe ajudo mais. Só lhe critico, só lhe faço mal, só reclamo, só penso em mim, só desconfio e confio desconfiando, só escrevo coisas que machucam, não socializo com seus amigos e me esforço pouco pra isso, não lhe deixo fazer o que queres, vai mal na faculdade por minha culpa, nem se fala a baixa produtividade quando está no trabalho, o estresse, o drama e afins. Não é isso que eu faço e que sou pra você?! Quando eu, você ou alguém lhe fizer acreditar nessas coisas, será mais fácil me trocar e esquecer. Não necessariamente nessa ordem. O que eu sou pra você? Eu não sei mais. Pra mim? Só uma garota exemplar, sem as psicopatias, que tem muitas dúvidas e uma única certeza.

P.s: E pelo medo eu peço, rogo, suplico e afins. Tudo deve ter doído de novo, mas por favor, não (me),(te),(nos) decepcione outra vez. Crescemos com os problemas e não os abstraindo de todo. Ouve mais a sua mãe, não que o que ela fale me beneficie de algo, mas por você. Mães sempre estão certas, você sabe, e a sua te ama demasiadamente e pediu p'reu te cuidar, te entregou. 

Há duas formas de aprendermos sobre determinadas coisas e somos nós quem escolhemos a forma mais fácil ou mais difícil, sem saber qual a melhor. Uma nos faz sentir fundo, mais forte, dói. A outra tende a aliviar. Qual das duas faz o quê? Eu não sei, mas nem sempre a mais fácil é a melhor escolha.




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