terça-feira, 14 de outubro de 2014

24/08/2014

sonhos deviam ser bons, só
se não sonhos, pesadelos
deve ser pelo pesar
peso eu sinto nas costas
sem cessar, pesa na respiração
que se ancora no coração pra ver se dá
por um instante o coração para,
só pra eu voltar a respirar
o pesar do pesadelo foi tanto que acinzentou meu dia,
assim como o pelo dos dois ratos que se escondiam e
nos que eu pisava
nada em sonho era confiável
retifico-me, tinha pesar
pesadelo
num mar de monstros, a única luz era daquele menino
bebê travestido de menino, tão meu, que me acalmava num toque
no balançar de pernas pro ar
tão meu, não seu.
parecia, em sonho, não merecer os genes que de ti carregava
ele me protegia das tuas palavras, meia loucura e daquela outra
que por diabos fazia parte daquele pesar
me travesti de poesia numa certa conversa com ferreira gullar,
aqui no quarto, jogados
ele sumiu
você apareceu
assim que abristes a porta fora só desdém
de uma grossura descomunal, gritos e risos
nem me dei ao trabalho de responder
há tempos não me ouvia
se foi
com você foi aquela que me casou a morte
a única certeza que tenho: era menino

depois de acordar do lugar onde nunca quis estar, só veio a lembrança daquela data. da boa noite de promessas, das fatias de pizza acompanhadas de sorriso e de erros do dia seguinte. a carta que estava no livro que eu te pedi pra ler no dia, e recusastes. coincidentemente ou não, postada no mesmo dia. que lhe fez ferir, que me feristes tão mais. a total parcialidade e amor do dia seguinte. a noite deixada na esteira. o frio que tomou a alma. me pergunto se falta eu saber de algo. odiaria não saber.  da minha noite mal dormida por sentir demais. acordei ao seu deleite e não deitei mais. na manhã, notícia alguma. e quando se anunciou, mentiu. só sabia que não devia ter ido.



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