segunda-feira, 1 de julho de 2013

Odisséia

s.f. Fig  1. Viagem cheia de aventuras e/ou peripécias.
            2. Série de acontecimentos anormais e variados.

De certo não haveria melhor canto de melhor nome para dado acontecimento. Sim, prometi nunca mais voltar ali pelo lembrar, mas fora inevitável e mais uma vez eu estava ali. No nosso palco. Não sei se fora o preferido, mas o mais intenso e saudoso. Do ápice ao fim num teatro. Num ato. Maravilhosa Odisséia. Ou não. Não lembro a data. Não lembro o mês. Logo após negar estas duas sentenças, lembrei-me, mas não importa. E quem fala abaixo não sou eu. 

I ato: Conúbio
Chovia. Quase não fora ao encontro do ser, mas a alma clamava pelo apego e não havia tempestade que desfizesse a vontade. Fora. Totalmente desleixada, assim como a mente. Mas fora.
Ao chegar não procurara, fora encontrada. Mais rápido do que se previa, então, negou a entrega a meio lábio. Algumas palavras. Perdera de vista. Já volto. Fora ao público tentar prever a noite e se perder do que fora achar. Nada feito. O desejo vinha em forma de gente, com nome e sobrenome. Viera outra vez. Meia conversa. Meio silêncio. Preceito de fuga juntamente com afirmações e negações. Calados e calores. Nada mais se falou ou se viu, somente se sentiu. Fora no primeiro andar, mas não ao primeiro andar.

O feitio de ambos era ansioso. Não precisavam de muitas palavras para entender o que os olhos do outro contestavam; sorriam de lado. Era voraz. De uma fome atroz. 
Provocações. Meio risos. Vergonha. Pudor. Rigor. Vigor. Bons papeis. Talvez tivéssemos um bom ator em cena. Como espectador, tenho minhas dúvidas se havia carinho ou era só vontade. Enlouquecera.


Parecia desconfiado, mas conduzia com maestria. Sabia envolver e desenvolver. Tirava amarras como ninguém, um gentleman. Disfarçava com louvor os olhares sobre o ombro. Somente deu de lado e riu quando soubera que não atuava tão bem assim. Continuara. Parecia não haver redor e o tempo parecia não ser o suficiente. Pareciam saber que não duraria. Parecia saber. 
Toques como ninguém. Parecia saber o que queria, mas ainda havia controle. O fazer rir era constante, uma marca. Um banco. Um colo. Mãos. Braços. Cheiro. Cabelo. Nuca. Conjugação de substantivos, adjetivos e verbos. Irregulares. Irracionais. Se fazia arder. Era carnal. Mas havia apego e apelo. Não se queria sair, mas havia água e gelo. Haviam também apresentações informais, olhares, comentários, inveja. Havia também toda uma confusão por parte dela. Esta levava a cabeça às mãos para o pensamento escorrer mais devagar e divagar, e sentir com o corpo e não com o córtex. Continuara. Continuará.