quarta-feira, 19 de maio de 2010

Simples tentativa, II

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Uma estrela não tão pequena assim.

Uma estrela me chamava a atenção em especial naquele vasto céu. Ela não era a maior, mas a que mais se destacava entre todas as maiores, mesmo sendo pequenina ela era a que mais reluzia. Seu brilho era intenso e cativava os meus olhos a cada vez que o via, ela parecia me seduzir, me entorpecer.
Senti que aquela estrela não era comum, ela me energizava, mesmo não acreditando em misticismo. Ela me intrigava não sei por que, e com isso lhe fiz um pedido:
- Por favor, estrela, traga-me o anjo que sonhei quando menina.
Algo me dizia que meu pedido seria realizado, ela pareceu sorrir quando fiz o meu pedido e não sei como isso se deu, talvez possa ter batido a cabeça na parede. Como pensar algo assim, como uma estrela poderia sorrir e realizar desejos?! Estava muito fantasiosa, mas confiante, e isso me deixava com medo de mergulhar nas fantasias loucas do meu inconsciente. Permaneci imóvel por alguns instantes e depois de tanto admirar o nada sob a luz daquela estrela e de uma imensa lua, decidi entrar e dormir.
Acordei ao amanhecer, me sentia revigorada, esse lugar possui algo incomum, é algo inexplicável, é como se eu estivesse no céu, no meu mundo imaginário. Fui preparar meu café da manhã, era estranho, eu não me recordava muito daquele lugar, mas sabia exatamente aonde se encontrava cada objeto, talvez porque fosse a minha casa; afirmando isso eu ria sozinha. O arranjo de girassol deixava minha mesa de café da manhã mais brilhante, as cores das frutas eram agora reluzidas pelo sol que acabara de nascer e invadia minhas janelas. Logo depois de tomar café da manhã fui tomar banho e fiquei por horas dentro da banheira que preparei, depois me vesti e fui investigar a casa que mesmo tão familiar me parecia ainda misteriosa.
Cada canto era meu, eu não tive dúvidas. Olhando os porta retratos me surpreendi, não havia fotos em família, apenas com amigos dos quais não me recordo muito, exceto um com cabelos loiros, olhos azuis e ar angelical, o qual me recordei rapidamente e o intitulei de meu melhor amigo. Rapidamente recordei seu nome. Chama-se Arthur, mas agora não sei seu paradeiro.
Surpreendo-me com o que vejo, em uma das muitas fotos contidas em um álbum que peguei, vejo que estou acompanhada, mas não vejo o rosto do meu acompanhante; além de estar no álbum de fotografias acima da lareira, há um outro porta retratos em destaque e me encontro acompanhada da mesma pessoa, mas novamente não possuía uma face visível.
Em um surto repentino me pego gritando: - É o meu anjo, é o meu anjo!
O que aconteceu comigo?! Seria esse meu anjo perdido?!
Eu não parecia ter ocupação, vivia distante de tudo. Com isso resolvi explorar mais o campo de girassóis. Saí descalça de casa a fim de pisar na terra, assim que abri a porta meu sorriso foi automático, mas ele já não era tão sincero como da última vez. Meu olhar assim como meu sorriso parecia confuso, correr sem ter direção foi a maneira que escolhi para tentar não pensar no que me atormentava. Eu fechei os olhos e simplesmente corri, corri, corri. Cheguei a um ponto que não via mais minha casa, foi quando abri meus olhos.
Assim que abri meus olhos vi algo se movimentando em minha direção, eu não sabia do que se tratava, mas essa “coisa” apareceu assim que eu parei de correr e segurei no meu cordão de estrela, ele formava um pentagrama.
- Mas que cordão de estrela?! Até ontem eu não tinha cordão de estrela nenhum. – Pensei alto.
A “coisa” continuava se aproximando e eu não sabia o que fazer, mas por algum motivo eu não parava de pensar no meu pedido à estrela ontem...
Meu medo do desconhecido era maior, então corri de medo. Nisso que corri, escutei uma voz.

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