terça-feira, 30 de março de 2010

Em memória de Fernanda

De nada se vale deixar irritar pelo vento.
Ele te despreza com o frio, mas circunda por todo o mundo, uma hora ele pode lhe surgir
com uma brisa quente e lhe acolher para sempre.
Deixe-se levar, mas não abater, por mais que seja necessário, siga.
As suas palavras lhe servirão como lamento, mas as suas atitudes serão como um poço de onde
tirará toda a sua força.
Existem pessoas ao seu lado em todos os momentos, mas algumas querem somente se aproveitar
do seu momento de fraqueza, outras que você nem percebia lhe servem como cais de ajuda, e a
elas que você deve dar valor.
Uma foto.
Uma música.
Um momento.
Sim, é agora que vais lembrar de todas essas coisas, mas vai usá-las a seu favor para o
esquecimento.
A dor é sufocante.
A raiva é maior.
Mas você tem uma vida pela frente e seu sofrimento hoje vai ser indiferente amanhã.
Vais ver que foi em vão.
Mera tolice.
Por isso apoio-a para que siga e que esse seja só um dia nebuloso e não mais um dia.

Por: Anne Caroline

domingo, 28 de março de 2010

antes eram dois

"Pior que o melhor de dois.
Melhor do que sofrer depois."
Maria Gadú

Hoje já não tenho muito a dizer, meus horizontes foram desfeitos e não tenho com o que me preocupar.
Volta agora sentimento vazio, vem me atormentar!
Sei que não é de todo o mal, às vezes você é conveniente, às vezes.
Sinto a melancolia ao meu lado, mas tento não me abater por ela, é melhor assim, o que eu queria mesmo era lhe esquecer, mas será que era mesmo?!
Talvez eu não quisesse sofrer mais, mas lhe esquecer nunca foi o objetivo. Eu admito.
Eu ao menos nunca quis lhe dizer, ficava tudo por entre as linhas e você não soube ler.
Mas eu sempre tento ficar feliz quando vejo outrem feliz, então me conformo e esqueço. Talvez esteja sendo assim com você também.
Nenhum surto de afetividade aparente.
Nenhum choro de saudades.
Somente um nó na garganta e um pensamento ao longe.

"Escolha feita, inconsciente.
De coração não mais roubado."
Maria Gadú


É sempre melhor assim.
Sempre me disseram que não é bom sonhar demais, mas eu não quis ouvir, eu mereci essa queda inesperada.
Não foi uma queda tão alta, pois eu já estava apta a não lembrar mais, só foi rápida demais, mas foi só mais uma fase.
Um suspiro de alívio, já respiro sem dificuldades.

"A linda rosa perdeu pro cravo."
Maria Gadú

Texto por: Anne Caroline
Trechos da Música: Linda Rosa, de Maria Gadú

terça-feira, 9 de março de 2010

Alienação por necessidade

Perante a sociedade moderna o homem depende do trabalho para sua integração no meio em que vive, mas esse que constrói como ser humano e sociedade, pode ser o que derrota individualmente.
Tudo é imposto ao meio trabalhista do homem, com isso seu trabalho o faz alienar e definhar enquanto indivíduo. Ele trabalha por obrigação, pois seu trabalho sonhado quando jovem, perdeu o vigor e a razão. Ao mesmo tempo que a alienação trabalhista se torna sacal e insatisfatória, o homem busca continuar sua jornada pelo simples fato de temer a perda de seu trabalho.
O homem se encontra insalubre em meio a uma sociedade com escassez de valores culturais, e procura-se libertar do desconforto de seu trabalho por meios drásticos. Sua ansiedade o preocupa, mas é vista como "normal" por psicanalistas cheios de si e que não aguentam mais tolerar o outro; seu remédio então se faz por drogas ilícitas ou lícitas, e abuso de outrem.
O homem procura em suas entranhas seu amor próprio, e tenta o fazer valer em uma sociedade que tende a levar vantagem em tudo. O homem é passado para trás por si mesmo e não percebe, pois o medo que o outro acabe com o mesmo é maior.
A sociedade é "canibalista", o homem é visado pela derrota e não pode deixar-se abater pois tem família para criar. A crise de confiança trabalhista tende a continuar, mas a lei da sobrevivência tende sempre a vencer.