terça-feira, 15 de dezembro de 2009

"Como uma ideia que existe na cabeça e não, tem a menor obrigação de acontecer."

- Prazer, meu nome é Liberdade!
- Prazer Senhora Liberdade, como está?
- Eu estou sempre bem minha querida, você que parece não muito bem.
- Nossa, além de um nome muito curioso, a senhora também tem poderes?
- Ah minha querida, quem me dera. Eu apenas tenho um conhecimento muito vasto e sei as mazelas que a vida nos traz, e não é difícil percebê-las em sua vida, estão bem visíveis.
- Bem, a Senhora acertou do mesmo jeito, não pareço muito bem e realmente não estou. Senhora diga-me o significado de seu nome, ele intrigou-me.
- Existem muitas definições para meu nome, uma das que eu mais gosto é esta: "Faculdade natural das pessoas para fazer algo ou não, ou para pensar em como fazê-lo."
- Definição muito interessante, mas não me satisfaz, diga-me outra já que existem tantas ...
- Não me chame de vidente ou algo do gênero, posso muito bem estar enganada, mas acho que a definição que mais lhe cabe é esta: "Confiança ou familiaridade". Estou certa?!
- Impressionou-me, está corretíssima!
- Ouvindo quem realmente sou e aplicando um dos meus significados à sua vida, achas que tem liberdade?
- Posso estar errada, mas acho que não, EU NÃO TENHO LIBERDADE. Não me entendas mal, não me equiparo a um preso em uma cela de cadeia ou aos escravos antes da Lei Áurea, sou presa por mim mesma sendo limitada pelos que me circundam. Eles não me dão liberdade, com isso não encho-me de vida e estou cada vez murchando mais, como a senhora mesmo pode ver.
- Até lhe entendo menina, mas estes que te limitam não querem o seu bem?
- Eles pensam me fazer bem, mas a cada dia se faz mais difícil a convivência entre eles. Querer o bem Senhora Liberdade, nunca significou limitar o indivíduo a crescer e, eu me sinto assim.
- Já tentou conversar sobre isso?!
- Tantas vezes já comecei a falar, mas estou sufocada com desculpas, imposições. Nem liberdade de falar o que penso eles me concedem, creio que o ufanismo deles não os deixam ver o outro crescer e ser feliz por conta própria.
Cúmulo! Nem liberdade de expressão se tem.
- Difícil situação minha menina, eu sempre estou lhe rondando, mas sinto a resistência daqueles que lhe circundam, com isso não posso me fazer presente.
- Eu percebo Srª. Liberdade, como a sua definição que mais me cabe, com eles não há confiança e nem familiaridade. Parecem não confiar em mim e para que eu não perceba isso, colocam a culpa em um meio circundante, cheio de perigos e fantasia que até mesmo eles estão sujeitos a riscos e não percebem, parecem pensar que eu NÃO penso. Rélis mortais!
- Ah minha pequena menina, grande mulher! Por isso seus pensamentos tão sórdidos, essa tristeza complementar. Pobre menina singular.
- Me sinto desolada, desamparada, não encontrei alguém que possa entender minhas angústias, por isso prefiro calar-me e escrever, ao menos assim me sinto mais aliviada, mas não de todo; existem olhos por todos os lados, essa conversa entre nós Srª Liberdade será corrompida pela curiosidade alheia, que passará os olhos por estas palavras e ao menos por um momento se constrangerá de ler as coisas alheias sem permição.
- Ah menina! Agora compreendo de todo a sua dor, e por ser tão forte assim eu lhe prometo estar sempre por perto e lhe direi como me encontrar. Quando estiver mais sufocada e impune aos outros grite em silêncio por mim e eu estarei com você para lhe libertar das amarras que lhe são impostas. Sonhe, sonhe alto, alce voo entre lugares que nunca andou e tenha certeza que eu lhe acompanharei por direito e mais que isso, por merecimento e consciência da tua liberdade.

Por: Anne Caroline



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